No limite do estresse: a síndrome de Burnout

O que é a Síndrome de Burnout?

 

A Síndrome de Burnout é um distúrbio emocional descrito em 1974 por Freudenberger, um médico americano.

O transtorno está registrado no grupo 24 do CID-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) como um dos fatores que influenciam a saúde ou o contato com serviços de saúde, entre os problemas relacionados ao emprego e desemprego.

 

Seria o desejo de ser o melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho, outra fase importante da síndrome: o portador de Burnout mede a autoestima pela capacidade de realização e sucesso.

O que tem início com satisfação e prazer termina quando esse desempenho não é reconhecido.

Nesse estágio, a necessidade de se afirmar e o desejo de realização se transformam em obstinação e compulsão; o paciente nesta busca sofre, além de problemas de ordem psicológica, forte desgaste físico, gerando fadiga e exaustão.

Qual a principal causa?

 

A principal causa da doença é justamente o excesso de trabalho.

É uma síndrome comum em profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que enfrentam dupla jornada correm risco maior de desenvolver o transtorno.

De acordo com um estudo recente no Psychological Reports, 40% dos médicos apresentavam altos níveis de burnout.

 

Também pode se desenvolver quando o profissional planeja ou é pautado para objetivos de trabalho muito difíceis, situações em que a pessoa possa achar, por algum motivo, não ter capacidades suficientes para os cumprir.

 

Os estudantes são também propensos ao burnout nos anos finais da escolarização básica (ensino médio) e no ensino superior; curiosamente, este não é um tipo de burnout relacionado com o trabalho, mas com o estudo intenso continuado com privação do lazer, de atividades lúdicas, ou de outro equivalente de fruição hedónica.

Talvez isto seja melhor compreendido como uma forma de depressão.

 

As consequências podem se reverberar em uma depressão profunda.

Para ter noção da gravidade da síndrome, seus portadores têm direito à licença médica e, em casos extremos, até à aposentadoria por invalidez.

Quais são os sintomas?

 

Os principais sintomas são nervosismo, sofrimentos psicológicos e problemas físico, como dor de barriga, cansaço excessivo e tonturas.

O estresse e a falta de vontade de sair da cama ou de casa, quando constantes, podem indicar o início da doença.

 

Normalmente esses sintomas surgem de forma leve, mas tendem a piorar com o passar dos dias.

Por essa razão, muitas pessoas acham que pode ser algo passageiro.

 

Os sintomas que definem o distúrbio são:

  • Cansaço excessivo, físico e mental;
  • Dor de cabeça frequente;
  • Alterações no apetite;
  • Insônia;
  • Dificuldade de concentração;
  • Sentimentos de fracasso de insegurança;
  • Negatividade constante;
  • Sentimentos de derrota e desesperança;
  • Sentimentos de incompetência;
  • Alterações repentinas de humor;
  • Isolamento;
  • Fadiga;
  • Pressão alta;
  • Dores musculares;
  • Alteração nos batimentos cardíacos.

 

Estágios do distúrbio

 

1 – Dedicação intensificada;

Com predominância da necessidade de fazer tudo sozinho e a qualquer hora do dia (imediatismo);

 

2 – Descaso com as necessidades pessoais;

Comer, dormir, sair com os amigos começam a perder o sentido;

 

3 – Aversão a conflitos;

O portador percebe que algo não vai bem, mas não enfrenta o problema. É quando ocorrem as manifestações físicas;

4 – Reinterpretação dos valores;

Isolamento, fuga dos conflitos. O que antes tinha valor sofre desvalorização: lazer, casa, amigos, e a única medida da autoestima é o trabalho;

5 – Negação de problemas;

Nessa fase os outros são completamente desvalorizados, tidos como incapazes ou com desempenho abaixo do seu. Os contatos sociais são repelidos, cinismo e agressão são os sinais mais evidentes;

6 – Recolhimento e aversão a reuniões;

(recusa à socialização; evitar o diálogo e dar prioridade aos e-mails, mensagens, recados etc);

7 – Despersonalização;

(momentos de confusão mental onde a pessoa não sente seu corpo como habitualmente. Pode se sentir flutuando ao ir ao trabalho, tem a percepção de que não controla o que diz ou que fala, não se reconhece). Mudanças evidentes de comportamento (dificuldade de aceitar certas brincadeiras com bom senso e bom humor);

 

8 – Tristeza intensa;

Marcas de indiferença, desesperança, exaustão. A vida perde o sentido. Vazio interior e sensação de que tudo é complicado, difícil e desgastante;

 

9 – Colapso físico e mental;

Esse estágio é considerado de emergência e a ajuda médica e psicológica se tornam uma urgência.

Como é o diagnóstico?

 

O diagnóstico da Síndrome de Burnout é feita por profissional especialista após análise clínica do paciente.

O psiquiatra e o psicólogo são os profissionais de saúde indicados para identificar o problema e orientar a melhor forma do tratamento, conforme cada caso.

Respostas psicométricas a questionário baseado na Escala Likert também ajudam a estabelecer o diagnóstico.

Muitas pessoas não buscam ajuda médica por não saberem ou não conseguirem identificar todos os sintomas e, por muitas vezes, acabam negligenciando a situação sem saber que algo mais sério pode estar acontecendo.

Amigos próximos e familiares podem ser bons pilares no início, ajudando a pessoa a reconhecer sinais de que precisa de ajuda.

Qual é o tratamento para Síndrome de Burnout?

 

O tratamento da Síndrome de Burnout é feito basicamente com psicoterapia, mas também pode envolver medicamentos (antidepressivos e/ou ansiolíticos).

O tratamento normalmente surte efeito entre um e três meses, mas pode perdurar por mais tempo, conforme cada caso.

Mudanças nas condições de trabalho e, principalmente, mudanças nos hábitos e estilos de vida.

A atividade física regular e os exercícios de relaxamento devem ser rotineiros, para aliviar o estresse e controlar os sintomas da doença.

Após diagnóstico médico, é fortemente recomendado que a pessoa tire férias e desenvolva atividades de lazer com pessoas próximas – amigos, familiares, cônjuges etc.

Como prevenir a Síndrome de Burnout?

 

A melhor forma de prevenir a Síndrome de Burnout são estratégias que diminuam o estresse e a pressão no trabalho.

Condutas saudáveis evitam o desenvolvimento da doença, assim como ajudam a tratar sinais e sintomas logo no início.

  • Defina pequenos objetivos na vida profissional e pessoal;
  • Participe de atividades de lazer com amigos e familiares;
  • Faça atividades de lazer com amigos e familiares;
  • Faça atividades que “fujam” à rotina diária, como passear, comer em restaurante ou ir ao cinema;
  • Evite o contato com pessoas “negativas”, especialmente aquelas que reclamam do trabalho ou dos outros;
  • Converse com alguém de confiança sobre o que está sentindo;
  • Faça atividades física regulares. Pode ser academia, caminhada, corrida, bicicleta, remo, natação, etc;
  • Evite consumo de bebidas alcoólicas, tabaco ou outras drogas, porque só vai piorar a confusão mental;
  • Não se automedique nem tome remédios sem prescrição médica.
  • Descanse adequadamente, com pelo menos 8 horas diárias de sono.

 

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