Esse é um tema muito pessoal, já tive essa reflexão mais de uma vez e sempre percebo que quando as pessoas tratam a questão da imagem, sempre me questionam sobre não ter dinheiro para comprar roupas caras.
EU sempre digo que se vestir bem e adequadamente trazendo sua melhor versão é completamente diferente de se vestir para “parecer rico”.
Esse, inclusive, é um erro que já cometi, e mesmo tendo passado por isso, não me sinto competente o suficiente para falar sobre o assunto, sendo assim, convidei a Bárbara Andrade para falar um pouco sobre o tema.
A Bárbara é administradora, especialista em Planejamento Financeiro, pós-graduada em Controladoria e Finanças e que possui uma vasta experiência e passagem por multinacionais e startups de tecnologia. Ela compartilha suas experiências em finanças pessoais e empreendedorismo no Blog Cuide da sua Bolsa.
Vamos as palavras dela.
“Quero começar esse post com um choque de realidade para você que está lendo: pessoas ricas sabem que gastar dinheiro com futilidades irá torná-las pobres, e não precisam ser chamativos para lembrá-las de que são ricas, enquanto pessoas pobres precisam desses falsos lembretes porque sabem que não são ricas, mas querem ser – e não estou falando apenas de dinheiro.
A pobreza é mais do que uma medida de renda ou desvantagem financeira, mas é também um estado de espírito, um sentimento de ansiedade.
Ela forma a percepção que a sociedade tem dos indivíduos, e até mesmo a percepção que esses indivíduos têm de si mesmos.
É por isso que as pessoas que vivem na pobreza enfrentam tantas limitações, que vão além do quanto possuem na carteira, visto que as pessoas “pobres” experimentam muito mais estresse e pressão social.
Aqueles que consideram as pessoas pobres preguiçosas tratam-nas como se fossem inferiores e, por sua vez, as pessoas pobres tentam mascarar a pobreza para receber um tratamento melhor.
Tentando evitar a humilhação por parte da sociedade, pessoas pobres podem, às vezes, tomar decisões financeiras que não fazem sentido à primeira vista.
Quando compram um celular da moda ou uma TV grande, o que realmente querem é apenas se distrair de seus problemas, então acabam gastando o dinheiro com superficialidades ao invés de tentar investir.
Vivemos no mundo onde as pessoas são julgadas pela maneira que se vestem.
Usar as roupas que julgam adequadas os faz serem vistos como mais seguros e mais confiáveis do que qualquer outra pessoa e, em vez de realmente buscarmos sermos ricos, nós sustentamos um sistema de consumo aspirando imitar os ricos em como nos apresentamos ao mundo.
Tentamos parecer pessoas que gastam muito dinheiro para parecer que somos melhores, para que possamos ser bem vistos aos olhos dos outros – e isso não é apenas problemático, é opressivo.
Para te convencer disso, trouxe:
3 motivos do porquê você não deve querer parecer rico.
1. Somos fraude quando tentamos ser algo que não somos
Ao querer parecer rico, na verdade, tentamos transparecer as qualidades positivas atribuídas a pessoas ricas – o que só funciona se acreditarmos que pessoas não-ricas não têm essas qualidades.
O que aconselho aqui é sempre ser antes de parecer – e isso vale para o seu status, seu conhecimento e tudo que há em volta na sua vida.
Precisamos focar em sermos bons profissionais, sermos controlados financeiramente, e em atingirmos com solidez o que tanto almejamos.
2. Parecer rico não irá te transformar em uma pessoa mais inteligente
A sociedade tem certas expectativas de como as autoridades devem se parecer. É assim que determinamos se alguém é capaz de liderar e se merece nosso respeito.
Sem surpresa alguma, as dicas que encontramos por aí e que nos dizem como parecer mais inteligentes são muito semelhantes àquelas que nos dizem como parecer mais ricas: ambas reforçam a ideia de que as roupas que compramos são um significante direto de nossa inteligência e riqueza.
Torna-se mais fácil olhar para os atributos externos da pessoa rica que já é percebida como sendo mais inteligente e mais instruída, do que gastar o tempo realmente sendo isso.
3. Parecer rico não te torna financeiramente independente
Nós tendemos a respeitar as pessoas que parecem ricas com base na suposição de que elas são estáveis, independentes e alguém com quem podemos contar para fazer as escolhas certas.
Quero enfatizar que não acredito que seja negativo se orgulhar da nossa aparência.
O que vestimos deve nos fazer sentir bem. A escolha do que vestir deve nos fazer sentir confiantes. mas jamais devo me prejudicar financeiramente, contrair inúmeras dívidas ou consumir sem responsabilidade para aparentar ser algo que não sou.
E geralmente fazemos essas escolhas para provar para pessoas que não gostamos de que somos capazes de algo.
O que estou dizendo aqui é que nossas roupas não devem ser medidas pela capacidade de parecer rico, mas sim buscar representar nossos valores.
Todos nós temos muito à contribuir para o mundo.
Nos dedicar a estudar e lutar por de fato alcançar uma independência financeira significa muito mais do que tentar aparentar ser o que não é para os outros.”
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